Tecnologias Emergentes em Educação - EDU612 - 2.2

Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo

Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes.

Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo

Objetivos de Aprendizagem

Introdução

Podemos dizer que o comportamentalismo se baseia no conceito do comportamento, enquanto o cognitivismo, mais uma das teorias educacionais, entende o conceito de conhecimento como a organização e a representação da mente.

Diferente do comportamentalismo, o cognitivismo vai tentar explicar como se ‘estrutura’ a mente humana e como é sua forma de representação, de funcionamento e de transformação dos conhecimentos.

Vejamos agora, juntos, um pouco mais sobre esta concepção educacional.

O Cognitivismo

Desde 1950, visando superar as deficiências do behaviorismo, o cognitivismo vem focando no estudo do funcionamento cognitivo. Isso significa que o que ocorre com a mente pode ser testado conforme os comportamentos que são observados.

O sujeito é entendido como aquele que interpreta os estímulos que recebe e tem o poder de decidir sobre as suas respostas. 

Para esta corrente, o ser humano tem um papel ativo, capaz de selecionar e encontrar alternativas para agir. 

Considera que os conhecimentos prévios das pessoas são fundamentais para entender a forma como o sujeito lê o mundo. São conhecimentos que servem de base para os novos saberes que serão assimilados, e devem ser levados em consideração.

Portanto, as informações que são absorvidas do exterior são assimiladas em função dos conteúdos prévios que a pessoa já tem sobre aquele assunto, e quanto mais simples for o conhecimento prévio, menor o grau de profundidade da assimilação desse saber pelo aprendiz.

Jean Piaget

Um de seus representantes foi Piaget. Para ele, ou o ser humano se adapta ao meio, ou morre. Essa aquisição de conhecimentos do meio é, portanto, a aprendizagem. Ele considerava que o processo de assimilação do saber é contínuo, sendo que as mudanças no desenvolvimento da mente são graduais.

Essa ideia tem sido aceita e aplicada na EaD, por exemplo, em cursos nos quais os alunos têm vários desafios durante seu processo de aprendizagem. As respostas não são dadas, assim, simplesmente. O aluno é questionado, e precisa descobrir a solução.

Quando o estudante se depara com um desafio, entra em desequilíbrio, que será recuperado quando assimilar o novo aprendizado, em uma construção permanente.

É importante não esquecermos que Piaget foi o principal impulsionador da psicologia, preocupando-se com o desenvolvimento cognitivo das pessoas.

saiba mais

Para conhecer mais sobre Jean Piaget, Lev Vygotsky e David Ausubel leia os seguintes artigos.

  • Item Ferrari, M. (2008). Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio. Nova Escola. Disponível em https://bit.ly/ajv84hf Acessado em 7 de janeiro de 2024.
  • Ferrari, M. (2008). Lev Vygotsky, o teórico do ensino como processo social. Nova Escola. Disponível em https://bit.ly/ahv84g9 Acessado em 7 de janeiro de 2024.
  • Fernandes, E. (2011). David Ausubel e a aprendizagem significativa. Nova Escola. Disponível em https://bit.ly/95gf5f Acessado em 7 de janeiro de 2024.

Lev  Vygotsky

Para Vygotsky, outro grande estudioso desta corrente, a aprendizagem acontece em dois momentos, primeiro nas relações externas e depois é internalizada. Para ele, a aprendizagem e o desenvolvimento são interdependentes. 

O desenvolvimento começa sempre no exterior, pelos processos de aprendizado, e depois se transforma em desenvolvimento interno. Nesse caso, o aprendizado precede o desenvolvimento mental.

Aquilo que o ser humano consegue fazer sem ajuda está no nível do desenvolvimento efetivo ou real, e aquilo que ele precisa fazer com a ajuda de alguém está no nível de desenvolvimento proximal, sendo este o nível de desenvolvimento que precisa da atenção dos educadores, visto que nele os conhecimentos estão sendo modificados.

No caso do ensino a distância, deve-se planejar o ensino para focar em conceitos que ainda não foram incorporados pelos estudantes, impulsionando o desenvolvimento da consciência, do planejamento e da deliberação.

Não devemos esquecer, neste caso, da enorme importância do tutor mediador na intermediação desse conhecimento novo com os aprendentes.

David Ausubel

Ausubel é mais um dos estudiosos desta teoria educacional, que foca seus esforços no processo de ensino e aprendizagem de conceitos baseados nos conhecimentos já assimilados pelos estudantes. Ele entende que a aprendizagem deve ser observada em duas dimensões, quais sejam, o eixo vertical e o eixo horizontal.

Observe a figura abaixo para entender melhor essa ideia.

Figura 1 - Situações de aprendizagem

Fonte: adaptado de Pozo, 1998, como citado em Guarezi e Matos, 2012, p. 64

Considerando o eixo horizontal, entende-se que é a maneira como o estudante recebe os conteúdos. Na aprendizagem por descoberta, ele é levado a procurar pelas informações, para então assimilá-las. Já na aprendizagem receptiva os conteúdos já estão prontos. Basta que ele os assimile.

Considerando o eixo vertical, dá-se a diferença entre a aprendizagem significativa e a mnemônica. A primeira diz respeito ao tipo de aprendizado que se incorpora aos conhecimentos já internalizados pelo aluno, enquanto a segunda (também conhecida como aprendizagem por associação) se refere à assimilação de uma informação que não faz nenhum sentido para o estudante e ele apenas decora.

Então, para esta teoria, como a aprendizagem ocorre de fato? Ausubel detalha 3 aspectos necessários para que a aprendizagem significativa ocorra, e que podem ser de grande ajuda no planejamento dos cursos a distância. São eles:

Podemos entender, portanto, que a aprendizagem significativa ocorre quando o sujeito e o meio interagem, e o conhecimento é obtido muito mais por conta das informações recebidas, do que descobertas, sendo uma prática voltada e focada no aprendiz. (Guarezi & Matos, 2012)

Em resumo

Aprendemos, ao longo da aula, que para a teoria cognitivista o sujeito é entendido como aquele que interpreta os estímulos que recebe e que tem o poder de decidir sobre as suas respostas. Para esta corrente, o ser humano tem um papel ativo, capaz de selecionar e encontrar alternativas para agir. Vimos ainda que considera que os conhecimentos prévios das pessoas são fundamentais para entender a forma como o sujeito lê o mundo e que são conhecimentos que servem de base para os novos saberes que serão assimilados, e devem ser levados em consideração.

na ponta da língua

Referências
Bibliográficas

Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes.

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Mais algumas Teorias Educacionais - o Cognitivismo

Imagens: Shutterstock

Livro de Referência:

Educação a distância sem segredos

Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos

InterSaberes, 2012

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